Sou Rafael Araujo, aluno do Terceirão no Colégio Ômega.Fiz este blog a pedido do nosso professor de Empreendedorismo (Prof. Esp. Flávio dos Santos). Pretendendo atuar na área de Comércio Exterior.
quarta-feira, 26 de novembro de 2014
Comércio exterior: fim do imobilismo
O déficit esperado na corrente de comércio (importações/exportações) para este ano é resultado direto do fracasso da política oficial, que se caracterizou não só por imobilismo como pela defesa do isolacionismo do País no concerto das nações. Isso ficou claro até na recente campanha eleitoral em que o situacionismo procurou defender como um legado uma pretensa independência em relação aos Estados Unidos, o maior mercado do planeta. Se vender ou comprar cada vez mais significa dependência ou subserviência, a China, que nos últimos tempos caracterizou sua política de comércio exterior pelo pragmatismo, seria hoje o país mais dependente dos Estados Unidos. E não o é.
O fracasso da política de comércio exterior atual também fica claro na falta de capacidade da diplomacia brasileira de levar o Mercosul a um acordo com a União Europeia, depois de mais de uma década de negociações infrutíferas. Em nome da preservação do Mercosul, o Brasil evita fazer um acordo direto com a União Europeia, embora o Tratado de Assunção, que criou o bloco, não o proíba. No entanto, o Mercosul, que nos seus primeiros anos de funcionamento, absorvia grande parte dos produtos manufaturados brasileiros, já se encontra numa fase de esfacelamento.
Por falta de competitividade, os manufaturados brasileiros vêm sendo substituídos por produtos chineses nas prateleiras sul-americanas. Para piorar, até mesmo as commodities, que vinham garantindo o superávit na balança comercial, começam a entrar num ciclo pouco favorável, depois que a China deixou de crescer nos níveis de anos anteriores, o que provocou queda na demanda por minério de ferro e soja, especialmente.
O resultado de tanto imobilismo pode ser constatado nos números: depois de taxas de crescimento muito promissoras durante a primeira década do século, como 7,5% em 2010, nos últimos anos, verificou-se uma contração no crescimento da economia brasileira com taxas inferiores a 2%. De acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), as previsões do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro são pessimistas, acreditando-se que só em 2015 poderá ocorrer uma paulatina recuperação, para se atingir uma taxa de 4% ao ano até 2018.
Apesar disso, não se vê o governo que se encerra anunciar possíveis acordos com outras nações emergentes ou blocos. Nem mesmo a possível aproximação do Mercosul com a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) é citada com ênfase nas declarações dos responsáveis pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Tampouco se fala em abertura da economia, uma das mais fechadas do planeta, ou em redução dos fatores que formam o chamado custo Brasil, ou ainda na reforma do Estado e do seu sistema fiscal. Neste particular, é de lembrar que os impostos representam mais de 35% do PIB do País, o que impõe elevados custos às empresas, tirando-lhes a competitividade. Portanto, é preciso sair do imobilismo o mais rápido possível.
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